PANAPLÉIA

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Bem-vindo(a) ao Laboratório de Autoria de Panapléia! À esquerda das postagens, estão meus textos divididos em categorias e temas. À direita, indicações de blogs e as mídias sociais. No rodapé, mimos felinos e os créditos do blog. Boa leitura!

ESTRELA NACIONAL ★


Esperei oito meses por este momento. Agora, um imprevisto insignificante e sequer tive tempo de me pentear direito.

Brasil!

Aproveitei o congestionamento para terminar de me arrumar no banco de trás do táxi.

Pátria amada,

Dentro da bolsa, o meu estojo de maquiagem e o de jóias da mamãe.

Dos filhos deste solo és mãe gentil,

Reformei um vestido plissado preto comprado para a formatura dele.

Ó Pátria amada!

A sandália foi resgatada do esquecimento.

És tu, Brasil,

Cheguei lutando com os cabelos que insistiam em continuar armados.

Entre outras mil,

O taxista tirou proveito do meu atraso.

Terra adorada

Estava nervosa demais para pechinchar.

Nem teme, quem te adora, a própria morte.

Parei na calçada, ergui os olhos para o céu em agradecimento.

Verás que um filho teu não foge à luta,

Fotógrafos e cinegrafistas ocupavam o corredor do auditório.

Mas, se ergues da justiça a clava forte,

Sem óculos, o excesso de iluminação me incomodava.

Paz no futuro e glória no passado.

– Ele chegou? – eu piscava impacientemente os cílios cheios de rímel.

E diga o verde-louro desta flâmula

Alguém me apontou uma rampa pela lateral.

O lábaro que ostentas estrelado,

Fui descendo me equilibrando nos saltos.

Brasil, de amor eterno seja símbolo

Os dois.

Salve! Salve!

Não acredito que convidou a...

Idolatrada,

Era a minha noite.

Ó Pátria amada,

Eu era a Estrela!

"Nossa vida" no teu seio "mais amores".

Eu... Era... A Estrela.

"Nossos bosques têm mais vida",

Desci lentamente.

Teus risonhos, lindos campos têm mais flores;

Desci mais.

Do que a terra mais garrida

Desci muito.

Iluminado ao sol do Novo Mundo!

O fim não foi o limite.

Fulguras, ó Brasil, florão da América,

Ele sorriu secamente segurando-a pela cintura.

Ao som do mar e à luz do céu profundo,

– Já vai começar.

Deitado eternamente em berço esplêndido,

A cerimônia era nossa!

E o teu futuro espelha essa grandeza

O que aquelazinha fazia ali?

És belo, és forte, impávido colosso,

Foi o meu projeto, o meu esforço, o meu empenho, o meu talento.

Gigante pela própria natureza,

Coloquei-o no podium comigo.

A imagem do Cruzeiro resplandece.

– Mulher sozinha não chega a lugar nenhum – ele me dizia.

Se em teu formoso céu, risonho e límpido,

Tirei-o do anonimato, partilhei meus sonhos, moldei “o competente”.

De amor e de esperança à terra desce,

Deixou-me por ela...

Brasil, um sonho intenso, um raio vívido

Trouxe-a para presenciar o quanto eu pude torná-lo bem sucedido?

Desafia o nosso peito a própria morte!

Receber o “Prêmio Anísio Teixeira” com uma fedelha do lado.

Em teu seio, ó Liberdade,

Muitos aplausos quando fomos convocados para a mesa de honra.

Conseguimos conquistar com braço forte,

Desobedecendo a ordem dos assentos, Rodrigo sentou longe de mim.

Se o penhor dessa igualdade

A garotinha, desnorteada, alojou-se em pé por trás dele.

Brilhou no céu da Pátria nesse instante.

– Quem é a Estrela?

E o sol da Liberdade, em raios fúlgidos,

Meu coração questionava sobressaltado.

De um povo heróico o brado retumbante,

A apresentadora da cerimônia anunciou a execução do Hino Nacional.

Ouviram do Ipiranga as margens plácidas...


| 2006 |

Um comentário:

  1. Esse texto (conto?) é o típico exemplo de samba do criolo doido. Nasceu de um momento em que ouvi o Hino Nacional cercada por bandeiradas de falta de ética. Coisas da vida...

    OBRIGADA PELA VISITA!

    ResponderExcluir

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