“O correr da vida embrulha tudo.
A vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem.”
João Guimarães Rosa
Estaremos no protesto dia 18. |
Embora o título nos remeta aos
manifestos que ocorreram em todo país, nos voltemos para os números que levaram
Juazeiro às ruas esse ano: “40% por cento” era o grito dos professores em
junho. “Libertem os quatro” foi o grito dos estudantes semana passada. E o que
aconteceu nesse meio tempo?
Durante o ano de 2013 presenciamos em
Juazeiro uma onda contagiante de shopaholic (viciado em consumo), conhecida
como a “Farra do Sabão” ou o “Escândalo das Bassouras”. Agravante: com o
dinheiro público. Compras absurdas que duvidaram da inteligência de 250 mil
habitantes pelo simples fato de cerca de 65 mil serem ingênuos ou vendidos, ou
algo que equivalha. Tudo por um novo shopping? Quem sabe com (enfim...) um
cinema!
Tivemos também um gênio que concluiu
que um protesto que gritava “Fora, Raimundão!” era contra Dilma (sic!). Podemos
até fazer um “Fora, Dilma!”, mas os que ocorreram aqui durante 2013 não foram
para ela... ainda.
Vozes se levantaram nas redes sociais:
“Movimento Fora Raimundão”, “Movimento Juazeiro Limpo”, fakes apartidários e
tantos outros de bandeiras diversas. Estudantes se articularam e ocuparam a
Câmara, arrancando (literalmente) do Ministério Público (talvez) o mais longo
Termo de Ajuste de Conduta assinado com a Prefeitura. 2013: ano em que o
Ministério Público trabalhou em Juazeiro em velocidade 5, apesar da lentidão da
burocracia brasileira. Foram quantos TACs até aqui? Perdemos a conta!
E por falar em conta, quantas CPIs
arquivadas? Quantas trocas de denúncias na Câmara? Quantos votos secretos
protegendo cúmplices? Quantos CDs de gravações clandestinas foram silenciados
por Zé de Amélia Júnior nos últimos anos?
“O medo pode matar o seu coração."
Água de Beber,
Vinicius de Moraes e Tom Jobim
Vinicius de Moraes e Tom Jobim
E o povo? Bem, o povo... meio que se buliu.
Acordou, bocejou, levantou, deu algumas voltas de sonâmbulo pela Casa do Povo,
depois voltou a dormir. Por que tanto sono? Ou seria apenas cansaço de tantas
notícias de corrupção? Ou seria apenas fraqueza nas pernas por estar subnutrido
pelas bolsas que não o deixa morrer de fome, mas também não o alimenta? O povo
se cala por que nunca aprendeu a ter voz? Ou por que a Educação rascunhada que
recebeu não o ensinou a articular uma construção frasal completa? Essas e
outras perguntas são temas de simpósios e colóquios, sejamos mais objetivos.
Em 12 de dezembro de 2013, quatro
universitários fizeram na Câmara o que 08 em cada 10 juazeirenses gostariam de
ter feito. Esclareçamos aqui os 02 que ficaram de fora: 01 beneficiado por
algum dos corruptos lá presentes e o outro, um bicho grilo fora do ar que só
tem como preocupação a esperada inauguração do cinema.
Essa multidão que, sentados no sofá,
vendo a TV, ou diante da tela do computador, apoiou o protesto do lixo irá para
a manifestação quarta-feira pela manhã? Irá levantar sua voz durante a audiência
para que esses jovens não sejam punidos por aquilo que 80% dos juazeirenses
gostariam de ter feito? Provavelmente não irão porque precisam estudar ou
trabalhar – horário comercial. Compromisso vem antes de qualquer protesto – é a
voz conivente com seu opressor.
Para que estudarmos se o ex-presidente
da Câmara “barre” nosso dinheiro e é absolvido pelos seus iguais em voto
secreto? Trabalhamos para nossos impostos servirem para os vereadores “rasgar
dinheiro e jogar no meio da rua” – palavras deles – assistam aos vídeos nas
fanpages “Juazeiro Justiceiro” e “Ajude Juazeiro”. Se é para estudarmos e
trabalharmos para sustentar a usura desse vândalos... Melhor protestar pela
gente!
Povo de Juazeiro, não é um protesto em
favor de Cauê Pinheiro, Davi Catão, Dudu Pereira e Thiago Simão. É um protesto em
favor da minha e da sua família! É um protesto para gritar que o nosso saco
está cheio de indignação. A não ser que você, burro de carga, esteja muito
satisfeito em trabalhar sob esse sol refrescante para sustentar corruptos. Reflita
e tome a decisão correta! Mas fique atento: a escolha certa nunca é a mais segura!
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